domingo, 29 de fevereiro de 2004

Viagens

Viagens é como andar sobre o tempo. São as ilusões que nos movem.
Como poderão todas estas pessoas ter o meu destino? São vidas ligadas e desligadas à medida que avançamos. Reter o tempo e abraçar o fim.
Se eu quiser o fim do mundo é tão próximo como a próxima cidade. Basta viajar. Viajar no tempo, viajar no espaço.
Mutuamente a capacidade de reter visões e a sensualidade do momento, obriga-me a respirar alegria (causa pós conhecimento).
Viagem ida: exemplo de aventura e ansiedade do como é e como será.
Viagem vinda: saudade do que ficou e do que virá.
Paradoxo irreverente que chega a agoniar.
Chego e assento. Consegui sentir. Muitas vezes gosto do que sinto e depois sinto mais.
Unidos, transformo-me, como tudo o que me rodeia se modifica dia após dia. Entretanto regresso. Acaba assim a sensibilidade do lugar nos nossos sentidos, apenas retenho fontes de lembrança do prazer alternado.
Paisagens e paisagens, terras e mais terras, passam por mim com um cão vadio, envergonhadas, escondidas e esquecidas, atrás de uma colina qualquer.
De vez em vez consigo deslumbrar cenários maravilhosos, que têm a mania de desaparecer continuamente do meu ângulo de visão. Não há viagens sem história. São fontes puras de cultura e criatividade, são desgostos e gostos, são a alternância entre o alegre e triste, ou seja é viver.

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