sábado, 9 de agosto de 2025

RAM

O mar é sal salgado, é o tempero ideal.
Sempre brusco e enraivecido pela tortura a que é forçado.
É simplesmente água, mas é tão desavindo, que liberta uma espuma branca onde pinta a areia e as rochas!
Ele é puro movimento, é vida, é um estímulo para continuares.
Mesmo sem lhe tocares, o mar bate-te. Sua brisa é intensa.
Ó! Lá vem ele outra vez! Que som profundo, infinito!
Se ele parar, pára tudo.
A torpeza para com ele, é desnecessária!
Pensar, sonhar e viver com ele, é absolutamente necessário!

Aventura no Banco de um Comboio

Quatro pessoas estranhas, sentadas a um dedo umas das outras.
Ninguém mexe nem remexe, apenas se espreita (talvez as diferenças, talvez o feitio).
Esta imagem é igual ao longo do comboio.
Uma levanta-se, vem outra e acomoda-se, o silêncio é absoluto! Mal consigo respirar...não sei se incomodo...
A interessante ideia da sociedade, transformou muitos de nós em surdos-mudos.
Uns não ouvem, outros não soltam uma única palavra!
Isto é uma viagem no banco de um comboio.

Lembranças

Lembro da camioneta verde, das caras e cantigas. Lembro da professora, do cheiro e do teatro. Depois tropecei num homem a vender isqueiros do PSD mesmo de frente do supermercado dos Baetas.
Lembro do primeiro dia de escola, da papelaria e de uma esponja para picotar.
Memórias tão antigas, tão fundas.
Lembro de tanta coisa. Lembro de tudo, ou melhor, quase tudo.
Lembro do meu primeiro melhor amigo, mesmo signo, mesma doença. Lembro da professora da cana, que se babava de tanto gritar. Velha nojenta. Veio substituir a outra, a grávida.
Lembro da professora de ginástica, do perfume, de patinar com ela.
Chega de recordar. Gosto de recordar. Gosto de recordar, mas sozinho. Apreciação de bem estar. Compreensão do ser. Aniquilação do pensar. Tudo isto para recordar.
Recordar é como sonhar. Pois aquilo que passou pode não voltar, assim só me resta lembrar, aquilo que fui e daquilo que sou. Não quero, então, esquecer nada! Quero recordar e sonhar!
Se sonhar com o passado encontro o futuro. Sigo um caminho sem rumo, a bússola não funciona, ela anda louca, eu ando cego mas não sozinho. O meu universo está cheio de gente.
O gosto pelo desejo é como o tempo, é contínuo.
Tudo está interligado. Vá desvanece e cai, retorce e esbraceja! Não! Não consegues, só lembras.

Não sei...

Sou um clandestino do futuro.
Viajo no tempo só com bilhete de ida.
Atravesso e deslizo segundos e minutos.
Mesmo nas sombras escondidas, a luz apagada jamais poderá brilhar.
Juntas são realistas, para nossos olhos habituados.
E assim vai passando o futuro que agora é presente e será passado.
Alivia a dor do momento, suaviza a vida, vive cada tempo a seu tempo.
Só não sei que comboio poderei apanhar...

Tudo é perigoso! Posted by Hello

domingo, 16 de outubro de 2016

domingo, 24 de agosto de 2008

domingo, 15 de junho de 2008

Idas

Lá vou eu.
No outro dia encontrei a menina a passear pela rua.
Corri por ali abaixo e lá fui eu falar com ela.
Depois disse-lhe adeus e lá vou eu outra vez.

domingo, 7 de maio de 2006

Silêncio

Quero perder-me na imensidão do nada
Gritar aos quatro cantos toda a minha raiva
Ficar surda, ensurdecer
Não ouvir mais nada!
Cessem as criticas, os elogios
Deixem entrar o silêncio...

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domingo, 16 de abril de 2006

Chama?!

Chamei a chama, mas ela não veio...
Chamei a chama como quem chama por ti! Ela não veio... Ela contínua apagada da chama que nunca teve.

- Chama a chama.
Recebe o calor quase eterno da chama que chama por ti.
Dorme e sonha, pois a chama não esquece o que sente por ti.

Mas a chama arde e magoa (olhos fechados, face inocente, aparente).
Abre os olhos e sorri, pois a chama que eu tenho está também dentro de ti.

Esta chama que nem água apaga, mas o vento espalha a chama que chama a chama dentro de ti...

domingo, 13 de novembro de 2005

Crepúsculo




















Sol!
Luz!
Ver! Não ver!
Ver e ser visto
Esconder...
Escondido pela luz e pela sua ausência!

Ouço os segundos irem-se entre meus dedos, na escuridão de um deserto sem o seu sol ardente.
Represento. O falso actor desfalecido pelo poder saturno encontra-se dividido em metades semi-mortas.
Junta e sente a força do oposto.

terça-feira, 9 de novembro de 2004


Hello I am. Mad Head!
do-in

domingo, 31 de outubro de 2004


Moinhos de Vento
do-in

quarta-feira, 20 de outubro de 2004

Lusco-fusco

Sensibilidade. Sensível. Lusco-fusco.

Sinto o cheiro do Inverno com prazer e gozo; tacto o chão frio, rebolo no tapete quente, sempre com a esperança de notar a diferença.
A mente mente, habituada a uma vida consumada.

Sinto a cor do céu cinzento, o verde tosco das árvores soltas; ouço a sinfonia do vento e o rufar dos tambores do lixo.
A mente mente, deslumbrada com uma vida sossegada.

Ela é habituada ao cheiro, à cor, ao som, a tudo. Depois só dá, a contragosto, o paladar dos sentimentos.
Como os gritos de um animal com cio, como o doce amor da sossegada calma, evita entrar em conflito com ela própria, senão atrapalha-se, baralha-se, tropeça e recomeça.
Dança e vagueia longamente.

A mente mente, mentira atrás de mentira. Tu não notas porque o seu prazer é o teu prazer.
Tu suplicas, encerras mono diálogos mas o teu gozo é o seu gozo.
Tu não vês, és cego, cativo, por isso segue a lágrima que corre no rio, sente a dor do coração partido, regressa só e triste mas sem a ilusão de uma mente dourada e encantada.
A mente mente, o coração sente.

domingo, 10 de outubro de 2004


Aborreço-me, é tudo.
do-in

sábado, 9 de outubro de 2004

É simples morrer. É perigoso viver.

Frágil repouso devido a ânsias raras,
Porque tudo é fantasia, tudo é sonhar,
Acuso-te de tédio, ilusões, taras,
Remorsos, destroços no fundo do mar

Procuro o saber no tempo empedido
Busco sensações profundas no ar:
Respirar! Pintar! Desejar! Sonhar!
Que má ilusão terei eu tido?

Sente! Voa! Neste mundo parado
Capta e preserva o intelecto perdido
Realiza então o desejo querido
Mastiga a sombra, engole o pecado.

Combater é viver a ilusão do momento.
Compreender é a esperança de imaginar.
Procuro o irracional e eterno alento.
Encontro novas formas de pensar.
Olhar a tristeza existente no ar.
O oceano é um gigante perdido.
Rumando contra a maré.
É simples morrer. É perigoso viver.

domingo, 8 de agosto de 2004

PassadoPresenteFuturo

O Presente representa o meu estado, é rápido eficaz e esquecido, transforma-se em presente passado o tempo que eu terei tido.
O Passado atravessa partido o futuro e o presente do ser, vaguea nas sombras despido, ensina saudade e saber.
O Futuro é sonhar, é correr, encontrar emoções e razões, voltar novamente a perder os sonhos e ilusões.

domingo, 11 de abril de 2004

Sonhas?

- Sonhas?
- Com o quê? Nada há para sonhar!
- Apenas sonho com o sonho.
- Mas eu quero sonhar! O que é sonhar?
- É tudo imortalizar,
É querer e ter,
É viver só com alma,
É voar sem cair,
É sentir sem sentidos...
- Mas eu quero sentir! O que é sentir?
- É existir,
É penetrar na natureza,
É viver com sentidos,
É viver...
- Mas eu quero viver! O que é viver?
- É nada imortalizar.
É querer e não ter,
É voar e cair,
É sentir com sentidos,
É parar de sonhar...
- Mas eu quero sonhar! O que é sonhar?

E tu? Vives ou sonhas?

sábado, 3 de abril de 2004

Exórdio

Começar é continuar, ideias brilhantes, sensações extravagantes.
Quebro e arrebento, desfaço e enlaço, perco e ato.
Pouco entusiasmo, criatividade avassaladora.
Brilho a cor que é baça, arruíno a agilidade do ser e alimento a alma ausente.
Cai então a noite fria e negra, desperta a Lua e cai o Sol.
O castelo nasce agora iluminado, eu vejo-o da minha janela, macambúzio, como um sonho já passado que se evapora com pressa.
Actua a mais densa ventania, para que a minha fusta se mantenha no caminho.
É uma embarcação realista e permanente, onde o vento bate e de repente, alonga a vela sem rumo.
Leva-me onde eu quero e não posso, onde posso e não quero.
Hiperbolismo, nada pode ser assim tão bom...
Quiçá a origem pode ter sido tão importante para ti ou para mim.
Questionável?...

domingo, 29 de fevereiro de 2004

Viagens

Viagens é como andar sobre o tempo. São as ilusões que nos movem.
Como poderão todas estas pessoas ter o meu destino? São vidas ligadas e desligadas à medida que avançamos. Reter o tempo e abraçar o fim.
Se eu quiser o fim do mundo é tão próximo como a próxima cidade. Basta viajar. Viajar no tempo, viajar no espaço.
Mutuamente a capacidade de reter visões e a sensualidade do momento, obriga-me a respirar alegria (causa pós conhecimento).
Viagem ida: exemplo de aventura e ansiedade do como é e como será.
Viagem vinda: saudade do que ficou e do que virá.
Paradoxo irreverente que chega a agoniar.
Chego e assento. Consegui sentir. Muitas vezes gosto do que sinto e depois sinto mais.
Unidos, transformo-me, como tudo o que me rodeia se modifica dia após dia. Entretanto regresso. Acaba assim a sensibilidade do lugar nos nossos sentidos, apenas retenho fontes de lembrança do prazer alternado.
Paisagens e paisagens, terras e mais terras, passam por mim com um cão vadio, envergonhadas, escondidas e esquecidas, atrás de uma colina qualquer.
De vez em vez consigo deslumbrar cenários maravilhosos, que têm a mania de desaparecer continuamente do meu ângulo de visão. Não há viagens sem história. São fontes puras de cultura e criatividade, são desgostos e gostos, são a alternância entre o alegre e triste, ou seja é viver.